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MAU JUÍZO
Eram quatro: o garimpeiro, a esposa,
o filhinho e o cão. Depois, ficaram três: a jovem
esposa não suportou as asperezas do inverno rigoroso
e partiu para sempre na viagem sem volta.
O trabalho não podia parar. Enquanto
o garimpeiro procurava o diamante que lhe daria riqueza, o
cão fiel ficava na cabana tomando conta do bebê.
O lugar era solitário. Nenhum vizinho por perto. Apenas,
de vivente, os lobos que, em alcatéia, corriam os campos
gelados à procura de alimento. O cão era valente,
de boa raça, e não seria qualquer lobo que o
venceria. E a vida ia correndo...
Uma tarde, carabina ao ombro, voltava
o garimpeiro de uma caçada. O silêncio foi quebrado
pelo latido barulhento do cão que saiu porta afora
e foi encontrá-lo. Mas, o que era aquilo? O animal
estava todo sujo de sangue. Raciocínio rápido
e conclusão mais do que apressada: atacado de hidrofobia,
o cão matara o bebê e agora tentava alcançá-lo,
procurando outra vítima. Não se deteve para
segundo pensamento. Destravou a carabina, ajoelhou-se, fez
pontaria e puxou o gatilho. O cão - uma bala na testa
- deu um salto, um uivo e caiu morto.
Nosso amigo não parou para examinar
o cão morto. Correu para casa e - surpresa das surpresas
! - lá estava o menininho dormindo em seu berço.
Na porta do quarto, com o pescoço quebrado, sangrento,
o corpo de um lobo morto.
O julgamento apressado, fruto das aparências,
pode levar-nos a "matar" o melhor amigo e a sacrificar
as melhores amizades.
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